A Polícia Civil do Paraná (PCPR) está nas ruas nesta quarta-feira (28) para cumprir 135 ordens judiciais contra uma organização criminosa investigada por furtar, adulterar e revender ilegalmente cargas de soja e fertilizantes. O esquema criminoso misturava areia à soja desviada, gerando prejuízos estimados em mais de R$ 15 milhões. A operação conta com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que contribuiu ativamente durante a fase investigativa.

A investigação teve início em 2022 após o furto de uma carga de fertilizantes avaliada em R$ 95 mil. Durante as apurações, a PCPR identificou mais de 100 cargas de soja e fertilizantes desviadas pela organização criminosa, resultando em prejuízos superiores a R$ 15 milhões.
As cargas desviadas eram levadas a armazéns clandestinos, onde a soja era adulterada com areia. Em seguida, os produtos eram ensacados para aparentar integridade e vendidos como legítimos. Em alguns casos, a soja adulterada chegou a ser embarcada para exportação.
Fertilizantes também foram desviados e adulterados com materiais como calcário e silicato. Após essas misturas, os produtos eram embalados e comercializados ilegalmente, gerando perdas expressivas aos produtores rurais e prejudicando diretamente a produtividade agrícola.
O delegado da PCPR responsável pelas investigações, André Gustavo Feltes, afirmou que as ações da organização criminosa são graves e destacou os prejuízos econômicos e institucionais causados pela adulteração das cargas agrícolas.
“A adulteração de soja e de fertilizantes gera prejuízos econômicos imediatos aos produtores rurais e exportadores, compromete diretamente a produtividade das lavouras e ainda pode afetar a reputação internacional do Brasil”, disse Feltes.
Aliciamento de motorista

Entre os crimes investigados pela PCPR estão furto qualificado, receptação qualificada, falsidade ideológica, adulteração de produtos agrícolas, indução de consumidor a erro, duplicata simulada, lavagem de capitais e organização criminosa.
Noteiras
As investigações também captaram que notas fiscais falsas eram emitidas por empresas sem vínculo legítimo com os envolvidos, muitas delas com registros encerrados ou atuando exclusivamente como “noteiras”. Esses documentos simulavam transações comerciais fictícias para conferir aparência de legalidade ao transporte e à revenda dos produtos adulterados.
