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Redução de alojamentos, retomada das exportações e equilíbrio na oferta sustentam valorização da carne de frango

Depois de meses de instabilidade e margens apertadas, a carne de frango voltou a ganhar fôlego no mercado brasileiro. A combinação de ajuste na oferta, recuperação das exportações e demanda firme no mercado interno provocou uma virada de cenário em setembro, com preços em alta e melhora na rentabilidade dos produtores. A avaliação é da Consultoria Agro do Itaú BBA, que aponta um ambiente mais equilibrado e favorável à avicultura no segundo semestre.

Em São Paulo, principal referência nacional, o frango inteiro congelado registrou alta de 16% entre o início de setembro e 10 de outubro, alcançando R$ 8,20 por quilo. Antes do episódio de Influenza aviária no Rio Grande do Sul, o produto era negociado a R$ 8,80/kg. Segundo o Itaú BBA, a recuperação reflete a redução no ritmo de alojamentos de pintos em agosto, a melhora no fluxo das exportações e a diminuição dos excedentes de produto não exportado, que haviam pressionado os preços nos meses anteriores.

O movimento de ajuste na oferta foi decisivo para sustentar as cotações. Os alojamentos de agosto registraram a primeira queda em 14 meses na comparação anual, reduzindo a disponibilidade interna e ajudando a equilibrar o mercado. Ao mesmo tempo, as exportações voltaram a crescer, com embarques que atingiram o melhor desempenho do ano.

Em setembro, as vendas externas de carne de frango in natura somaram 414,9 mil toneladas, volume praticamente igual ao de setembro de 2024. “Os embarques reagiram bem, superando as dificuldades logísticas e sanitárias enfrentadas em meados do ano, especialmente após o bloqueio temporário de alguns mercados”, observa a consultoria.

O contraste é evidente em relação a junho, quando os embarques haviam caído para 291 mil toneladas em meio aos bloqueios sanitários provocados por focos de gripe aviária. Em setembro, México, Arábia Saudita, Filipinas, Coreia do Sul, Chile e Singapura lideraram as compras brasileiras.

Apesar da reação, o acumulado de 2025 ainda mostra retração de 9,3% frente ao mesmo período do ano anterior. Isso se deve, sobretudo, à manutenção dos embargos da China e da União Europeia, que representam mercados de alto valor agregado. A UE, no entanto, reabriu suas compras em 18 de setembro para todo o país, com exceção do Rio Grande do Sul, cuja retomada deve ocorrer nas próximas semanas. “Já a China realizou missão técnica para inspecionar o sistema de defesa sanitária brasileiro, passo considerado decisivo para o desbloqueio, mas ainda sem data definida”, destaca a consultoria.

A expectativa do Itaú BBA é de que as exportações se mantenham firmes no último trimestre, com possibilidade de melhora adicional a partir da reabertura europeia. “O fluxo de exportação está praticamente restabelecido e tende a se fortalecer, reduzindo excedentes internos e sustentando preços”, avalia.

Mercado interno

No mercado interno, o cenário também é favorável. O consumo de carne de frango costuma aumentar no fim do ano, impulsionado pelas festas e pelo 13º salário. Mesmo com a recente valorização, a carne de frango segue competitiva frente a carne bovina, o que ajuda a manter o produto como uma das principais opções nas gôndolas e nos cardápios das famílias brasileiras.

Custos de produção

Do lado dos custos, o ambiente também é de alívio. A Consultoria Agro do Itaú BBA estima que os custos de produção da avicultura tenham subido apenas 1% em setembro, enquanto o preço médio do frango abatido avançou 5% no mesmo período. Com isso, o spread (diferença entre preço de venda e custo) subiu para 38%, um dos níveis mais confortáveis do ano.

A estabilidade nas matérias-primas reforça o quadro de margens positivas. Milho e soja, principais componentes da ração, não indicam pressões relevantes neste momento. “A demanda segue firme, mas os estoques de passagem de milho devem superar as expectativas, refletindo a baixa competitividade das exportações e ajudando a conter custos”, explica o Itaú BBA.

Com o clima favorecendo o desenvolvimento da safra de verão e a oferta de carne bovina em ritmo estável, sem excesso de carcaças no mercado, o setor de frango entra no último trimestre com bases sólidas para sustentar o desempenho positivo. “O ambiente de negócios da avicultura é hoje um dos mais equilibrados do complexo de proteínas”, ressalta a Consultoria Agro do Itaú BBA. “A combinação entre menor oferta, boa competitividade no mercado doméstico e retomada gradual das exportações deve garantir preços firmes e margens favoráveis até o final do ano.”

A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.

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