As exportações brasileiras do agronegócio apresentaram resultados divergentes em julho, segundo levantamento da Consultoria Agro Itaú BBA, com base em dados da Secex. Enquanto soja e carne bovina registraram avanço nos embarques, milho, açúcar e parte do complexo de soja tiveram retração no volume exportado.

Foto: Geraldo Bubniak
O principal destaque do mês foi a soja em grão, que manteve ritmo forte de envios. Foram embarcadas 12,3 milhões de toneladas, alta de 9% sobre julho de 2024. A demanda chinesa foi determinante: entre janeiro e julho, a China respondeu por 75% das compras, acima dos 73% no mesmo período do ano passado. Apesar do volume recorde, a cotação média caiu 7,1% no comparativo anual, fechando a US$ 409,7 por tonelada.
No óleo de soja, as exportações despencaram 31%, totalizando 138 mil toneladas. Mesmo com a retração no volume, o preço médio subiu 11,5% frente a julho de 2024, para US$ 1.054,5 de toneladas.
Já o farelo de soja somou 2,1 milhões de toneladas embarcadas, avanço de 7,2% no volume, mas com recuo de 18% no preço, que ficou em US$ 338,5 de toneladas.
Proteína animal

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A carne bovina in natura alcançou 237 mil toneladas exportadas, recorde da série histórica e 17% acima de julho de 2024. O preço médio chegou a US$ 5.551 de toneladas, alta de 26% no comparativo anual e quarto mês seguido de valorização.
A carne de frango in natura, que vinha sofrendo com o impacto da gripe aviária, voltou a crescer no volume mensal: alta de 18,3% frente a junho. Ainda assim, as 345,4 mil toneladas enviadas ficaram 22% abaixo do mesmo mês do ano passado. O preço médio, de US$ 1.899 de toneladas, recuou 0,5% no mês e 0,3% no ano.
Já a carne suína in natura registrou queda de 5,2% nas exportações anuais, totalizando 113 mil toneladas, com as Filipinas como principal destino. O preço médio subiu 9,3% sobre julho de 2024, para US$ 2.626,4 de toneladas.

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Milho e sucroenergético recuam
O milho teve forte retração nas exportações: 2,4 milhões de toneladas embarcadas, 31% a menos que no ano anterior. No acumulado de janeiro a julho, foram 5,3 milhões de toneladas, queda de 24% no ano comercial. O preço médio de US$ 207 de toneladas foi 5,8% superior ao de julho passado, mas recuou 8,2% em relação a junho de 2025.
No setor sucroenergético, o etanol teve desempenho positivo: 178 mil m³ enviados, alta de 72% sobre 2024, embora com queda de 5% no preço médio, para US$ 543,8/m³. Já o açúcar VHP somou 3,1 milhões de toneladas exportadas, recuo de 5,4% no volume e de 10% no preço, para US$ 403,9 de toneladas. O açúcar refinado caiu 1,9% no volume, com 449 mil toneladas embarcadas, e teve baixa de 16% no preço, a US$ 450,4 de toneladas.