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Imea e Senar-MT divulgam resultados do CPA 2025/26 e revelam cenários de custos e rentabilidade

Nesta quarta-feira (17/09), o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) apresentaram os resultados do Projeto CPA – Custo de Produção Agropecuária da safra 2025/26. O evento foi realizado no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), em Cuiabá, em formato híbrido com transmissão ao vivo, e contou com a presença de  mais de 50 pessoas, entre produtores rurais, técnicos, lideranças do setor e profissionais da imprensa.

O CPA monitora atualmente 12 atividades agropecuárias em Mato Grosso, com base em 57 painéis modais. Entre outubro de 2024 e agosto de 2025, foram revisados 32 painéis de custo de produção, incluindo 9 de soja e milho, 3 de algodão, 6 da pecuária de corte, 3 da pecuária de leite e 3 da suinocultura. Outras cadeias, como cana-de-açúcar, eucalipto, feijão, gergelim, peixe redondo e teca, tiveram 1 painel cada. Esta edição ainda ampliou o estudo para duas novas atividades: apicultura e cafeicultura, com a realização de um painel para cada uma delas.

Na abertura, o superintendente do Senar-MT, Marcelo Lupatini, ressaltou a relevância do projeto para os produtores e para a sociedade. “O CPA é uma ferramenta que traduz com clareza a realidade vivida pelos nossos produtores e produtoras rurais. Ao disponibilizar informações sólidas sobre custos e rentabilidade, oferecemos não apenas um retrato da produção, mas também instrumentos para tomada de decisão no campo. Isso reforça a missão do Senar-MT de apoiar a gestão, a capacitação e o desenvolvimento sustentável das famílias rurais”, destacou.

O coordenador de Inteligência de Mercado do Imea, Rodrigo Silva, reforçou a seriedade do processo de levantamento até a conclusão dos resultados. “O rigor metodológico e a seriedade do trabalho garantem a confiabilidade dos resultados do CPA. São meses de levantamento, organização e validação junto aos produtores, técnicos e especialistas, até chegar a números que realmente refletem a realidade de Mato Grosso. Esse compromisso é o que confere ao CPA o status de referência nacional em custos de produção”, afirmou.

Rodrigo também destacou a ampliação do alcance da pesquisa nesta edição. “É importante registrar que o CPA passou a contemplar cadeias produtivas como a cafeicultura e a apicultura, que foram incluídas pela primeira vez no levantamento. Isso mostra a evolução e o compromisso do projeto em retratar de forma cada vez mais ampla a diversidade do nosso agro. Tivemos um painel de café realizado em Colniza, com custo médio anual estimado em R$ 11.416,36 por hectare, e um painel de apicultura, que trouxe indicadores inéditos sobre a atividade no estado. Essa expansão reforça o papel do CPA como instrumento estratégico não só para grandes culturas, mas também para atividades que vêm ganhando relevância econômica e social em Mato Grosso”

Os resultados foram apresentados pelos analistas de custos de produção do Imea, Abraão Viana e Milena Habeck, que detalharam os principais indicadores econômicos das cadeias produtivas. O estudo mostrou que a agropecuária mato-grossense enfrenta um cenário de custos em alta, especialmente em fertilizantes e defensivos. Na soja, por exemplo, o custo total da safra 2025/26 alcançou R$ 7.657,89/ha, aumento de 7,69% em relação à safra anterior, impulsionado principalmente pela elevação de 9,23% nos gastos com fertilizantes e de 4,33% com defensivos. No milho, o custo total avançou 9,69%, atingindo R$ 6.684,91/ha, também pressionado por insumos agrícolas.

Ao mesmo tempo, a rentabilidade das principais atividades sofre pressão. A soja, que em 2024/25 registrou Lajida de R$ 1.961,45/ha, tem projeção de queda de 43,76% para 2025/26, recuando para R$ 1.103,03/ha. No milho, a margem de rentabilidade também retrai, com o Lajida estimado em R$ 515,60/ha, queda de 47,86% em relação à safra anterior. O algodão, mesmo permanecendo como a cultura mais atrativa da segunda safra, também aponta redução expressiva na margem, com Lajida projetado em R$ 4.097,35/ha, queda de 33,61% frente a 2024/25.

Ainda assim, o CPA aponta caminhos de eficiência e gestão capazes de mitigar riscos e preparar o produtor para oscilações de mercado. O relatório mostra, por exemplo, que o ponto de equilíbrio da soja em 2025/26 será de 52,49 sc/ha, enquanto a produtividade projetada é de 60,45 sc/ha, garantindo ao produtor uma margem sobre o custo operacional efetivo de 7,96 sc/ha. No milho, a estimativa de produtividade de 116,61 sc/ha supera o ponto de equilíbrio de 107,29 sc/ha, permitindo que, mesmo diante do aumento dos custos, a atividade mantenha viabilidade econômica.

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