Com a colheita da soja concluída, o momento é propício para planejar a cobertura do solo, uma prática essencial para garantir a sustentabilidade do sistema produtivo. Segundo Gessí Ceccon, analista e engenheiro agrônomo da Embrapa Agropecuária Oeste, a cobertura do solo não apenas protege contra a erosão, mas também melhora as condições físicas do solo, favorecendo a produtividade futura. “A soja no verão tem um alto valor econômico, e por isso é a cultura predominante. No entanto, após sua colheita, precisamos focar em melhorar as condições do solo”, explica.

Outro ponto essencial é a consorciação do milho com a braquiária, estratégia que a Embrapa vem pesquisando há 20 anos. As raízes de milho produzem poros maiores e as raízes de braquiária poros menores, ambos importantes para a infiltração e armazenamento de água no solo. Apesar de algumas dificuldades técnicas no manejo da população de plantas e no uso de herbicidas no consórcio, a técnica tem se mostrado eficaz. “A braquiária começa a se destacar quando o milho atinge a fase de maturidade, proporcionando uma cobertura uniforme e protegendo o solo contra a erosão e a perda de umidade”, pontua Ceccon.

O manejo adequado também passa pelo momento correto de intervenção. Segundo Ceccon, um manejo na braquiária em junho é essencial para reiniciar a produção de massa e garantir qualidade na cobertura do solo. “Plantar braquiária solteira é coisa do passado. Sempre que possível, devemos associá-la a uma leguminosa para melhorar a qualidade da cobertura”, enfatiza.
A adoção dessas estratégias permite que a soja seja semeada mais próxima da dessecação, garantindo melhor condição física do solo e maior eficiência produtiva da soja. “Cada detalhe faz diferença na produtividade e na sustentabilidade do sistema produtivo”, salienta o engenheiro agrônomo.

