“Goiás tem potencial e caminha para se tornar o segundo maior produtor de grãos do Brasil”, afirmou André Rocha, Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG), durante abertura da 6ª edicão da DATAGRO – Abertura de Safra Soja, Milho e Algodão, realizada em Goiânia/GO, nesta quinta-feira (14).
Atualmente, o Estado de Goiás tem mais de 9 milhões de hectares explorados pela agricultura, considerando 6,2 mi/ha para a 1ª safra, e 2,9 mi/ha em plantio da 2ª e 3ª safra, e representa o 5º maior valor bruto de produção do agro do Brasil, R$ 122 bilhões, crescimento de 15% em relação ao ano de 2024. Porém, um estudo feito pelo IFAG aponta que o potencial da agricultura no Estado é de 13,2 mi/ha, considerando apenas áreas consolidadas.
De acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), as áreas irrigadas têm aproximadamente 700 mil hectares, consolidando assim o Estado como o 2º no ranking de pivo centrais. Mas, há um potencial efetivo de mais 1,41 mi/ha, o que dobraria a área irrigada de Goiás.
Segundo José Mário Schreiner, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), o estado pode atingir até mais de 4 mi/ha irrigados, e a aposta está no Vale do Araguaia, uma região que abrange áreas de Goiás e Mato Grosso, e tem uma rica biodiversidade e um grande potencial agrícola. “O Vale tem uma área que abrange 400 km de extensão à margem do Rio Araguaia, ou seja, temos ali 4 milhões de hectares. Se nós formos considerar que podemos colocar um sistema produtivo em 2 mi/ha, são então 2 mi/ha a mais a serem incorporados para produção agrícola de Goiás. Temos uma área muito importante ali, rica em água e com clima favorável”, explicou.
Porém, segundo Schreiner, mesmo com muito potencial, a área apresenta grandes desafios de infraestrutura e logístico. “A grande dificuldade é a falta de energia elétrica na região. Não é nem a questão de distribuição, falta linhas de transmissão para serem distribuídas no local, para que aí sim essa região possa ser incorporada para o agro e com o uso de irrigação. Outro ponto é a falta de investimento nas pavimentações rodoviárias, que são ultrapassadas e precárias. Mas, estamos investindo em melhorias e olhando com atenção para o Vale do Araguaia. Em breve, Goiás e o Brasil poderão desfrutar deste grande potencial para agricultura”, destacou.