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Brazilian pork exports grow 35% in the first half of the year, breaking historical records

No começo do ano já se esperava um crescimento das exportações de carne suína brasileira ao longo de 2025, porém os números do primeiro semestre superaram todas as expectativas. Os embarques de carne suína in natura entre janeiro e junho de 2025 totalizaram mais de 630 mil toneladas e 1,626 bilhão de dólares, um crescimento de 19,2 % (+101,4 mil ton) no volume e 34,8% (+US$ 419,4 milhões) na receita, em relação ao mesmo período do ano passado, tendo como destaque o crescimento da participação das Filipinas e do Japão e a queda das compras por parte da China (tabela 1).

Tabela 1 – Exportação brasileira de carne suína in natura por destino no primeiro semestre de 2025 (em toneladas e em US$) comparado com o mesmo período de 2024 – Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex

Segundo a ABPA, as exportações brasileiras de carne suína, considerando todos os produtos, entre in natura e processados, acumuladas de janeiro a junho de 2025, totalizaram 722 mil toneladas, volume 17,6% superior ao embarcado no mesmo período de 2024; em receita, as exportações, incluindo processados, chegaram a US$ 1,723 bilhão, um crescimento de 32,6% em relação ao ano passado. Ainda, segundo a ABPA, Santa Catarina liderou os embarques do primeiro semestre, com 374,3 mil toneladas (crescimento de 11% em relação ao mesmo período do ano passado), seguida pelo Rio Grande do Sul, com 158,9 mil toneladas (+21,29%), Paraná, com 111,3 mil toneladas (+38,81%), Mato Grosso, com 18,5 mil toneladas (+5,46%) e Minas Gerais, com 18,4 mil toneladas (+54,71%).

Analisando os embarques de carne suína in natura do ano de 2025, mês a mês, em todos eles os volumes exportados foram recorde em relação aos anos anteriores, sendo que, pela primeira vez na história, entre fevereiro e junho, foram embarcadas mais de 100 mil toneladas mensais em cinco meses consecutivos (tabela 2).

Tabela 2 – Volumes exportados de carne suína brasileira in natura (em toneladas), mês a mês, em 2021, 2022, 2023, 2024 e de janeiro a junho de 2025 – Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex

O mês de junho de 2025 mostrou não somente o maior volume mensal exportado no ano, mas também a ascensão do mercado japonês, assumindo o terceiro lugar em toneladas e mantendo a segunda colocação em receitas. Por outro lado, China e Hong Kong, seguem o movimento de redução das compras do Brasil (tabela 3).

Tabela 3 – Exportação brasileira de carne suína in natura por destino em junho de 2025 (em toneladas e em US$) comparado com junho de 2024 – Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex

Dia 09 de julho Trump anunciou acréscimo de tarifas de 50% sobre as importações provenientes do Brasil a ser aplicado a partir de 1º de agosto. Afinal, qual o impacto disso sobre a suinocultura?

O Brasil exporta relativamente pouca carne suína para os EUA. Em 2024, foram somente 18,4 mil toneladas de carne suína in natura, representando menos de 1,5% do total exportado. No primeiro semestre de 2025 foram apenas 7,4 mil toneladas (1,17% do total). Por outro lado, a carne bovina, tem os Estados Unidos como segundo destino das exportações, representando ao redor de 12% dos embarques desta proteína. No dia seguinte ao anúncio o indicador CEPEA/ESALQ da cotação do boi gordo caiu quase cinco reais, se mantendo abaixo de 300 reais a arroba em São Paulo (gráfico 1). Segundo o Cepea, o impacto dessa notícia se juntou ao ritmo fraco de vendas internas de carne bovina, resultando em lentidão na comercialização de animais para abate e enfraquecimento dos preços do animal e da carne.

Gráfico 1 – Indicador BOI GORDO – CEPEA/ESALQ (R$/@) em São Paulo/SP, DIÁRIO, nos últimos 30 dias úteis, até dia 15/07/2025. Preço indicado no gráfico referentes ao dia 10/07/2025, dia seguinte ao anúncio da tarifação de 50% dos EUA sobre as exportações brasileiras – Fonte: CEPEA

Já o suíno, apesar das sucessivas turbulências com as demais proteínas, primeiro com o foco de gripe aviária no RS e agora com a tarifa de 50% afetando mais a carne bovina, vem mantendo relativa estabilidade nas cotações (tabela 4 e gráficos 2 e 3), embora experimente duas semanas consecutivas de queda de preço em algumas praças (tabela 4).

Segundo o CEPEA, a demanda por carne suína está baixa no mercado doméstico, o que pode ser atribuído a reduzida demanda no período de férias escolares, situação que deve determinar, até o final do mês, novas quedas nas cotações.

Tabela 4 – Preço semanal da Bolsa de suínos Belo Horizonte (BSEMG) em 2025 (R$/kg vivo), até a reunião de 17/07/2025. Destaque em azul para movimento de alta e amarelo para movimento de baixa – Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da BESEMG

Gráfico 2 – Indicador SUÍNO VIVO – CEPEA/ESALQ (R$/kg) em MG, PR, RS, SC e SP, diário, nos últimos 12 meses, até dia 15/07/2025. Preços indicados no gráfico referentes ao mês de junho/25 – Fonte: CEPEA

Gráfico 3 – Indicador CARCAÇA SUÍNA ESPECIAL – CEPEA/ESALQ (R$/kg) em São Paulo/SP, mensal, nos últimos 12 meses. Média de julho/25 até dia 15/07/2025 – Fonte: CEPEA

Preços do milho e farelo de soja seguem em queda e relação de troca do suíno com principais insumos está muito favorável

A CONAB divulgou, no último dia 10, o décimo levantamento da safra 2024/25, com acréscimo de quase 4 milhões de toneladas de milho, em relação ao levantamento anterior, sendo que só para a segunda safra (safrinha), a entidade projeta um volume de 104,5 milhões de toneladas, totalizando mais de 132 milhões de toneladas no somatório das três safras nacionais do período 2024/25. Com menos de 50% da área colhida o preço do cereal continua em queda (gráfico 4 e 5), sendo que consultorias privadas projetam safra ainda maior do que a estimativa da CONAB. No Mato Grosso já se encontra milho a menos e R$ 40,00 a saca de 60 kg.

Gráfico 4 – Preço médio diário do MILHO (R$/SC 60kg) em CAMPINAS-SP, nos últimos 60 dias úteis, até dia 15/07/2025 – Fonte: CEPEA

Gráfico 5 – Preço médio diário do MILHO (R$/SC 60kg) em CAMPINAS-SP, nos últimos 24 meses, até dia 15/07/2025 – Fonte: CEPEA

Enquanto o óleo de soja está cada vez mais valorizado, em função, principalmente, da demanda crescente por biodiesel, o farelo se mantém com preços em queda, ao redor de R$ 1.500 a tonelada em algumas praças. A alta relação de preço entre o óleo degomado de soja e o farelo de soja (ultrapassando a marca de 4:1) chama bastante a atenção, confirmando que existe uma grande demanda pela gordura, o que acaba por aumentar a oferta do farelo, visto que este é derivado do esmagamento da soja para produção de óleo (tabela 5). Enquanto esta relação não baixar significativamente, não há espaço para grandes altas no preço do farelo de soja.

Tabela 5 – Preço médio mensal do farelo de soja e óleo degomado (R$/ton) e relação óleo: farelo de soja, em RIO VERDE (GO), em 2023, 2024 e 2025 (*até dia 15/07/25) – Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da AGIGO

Esta queda no valor dos principais insumos, mesmo com oscilação dos preços do suíno, tem permitido excelente relação de troca do suíno vivo com o MIX de milho + farelo de soja (gráfico 6) e determinado margens financeiras melhores que no ano passado (tabela 6).

Gráfico 6 – Relação de troca SUÍNO: MIX milho + farelo de soja (R$/kg) em São Paulo, de julho/23 a julho/25 (até dia 15/07/25). Relação de troca ideal, acima de 5,00 Composição do MIX: para cada quilograma de MIX, 740g de milho e 260g de farelo de soja – Elaborado por Iuri P. Machado com dados do CEPEA – preços estado de São Paulo

Tabela 6 – Custos totais (ciclo completo), preço de venda e lucro/prejuízo estimados, mensais, nos três estados do Sul e semestral em Goiás (R$/kg suíno vivo vendido) de janeiro a junho de 2025 e a média anual de 2022, 2023 e 2024 – Elaborado por Iuri P. Machado com dados: Embrapa (custos), Cepea (preço do suíno)

 

Segundo o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, a previsão de aumento significativo de tarifas de importação dos EUA já determinou turbulência em várias cadeias de produção do Brasil antes mesmo de entrar em vigor ou de qualquer negociação diplomática. “Afinal, 50% de acréscimo determina redução significativa na competitividade junto a um mercado muito importante. Embora a suinocultura não seja atingida diretamente, é preciso ficar atento aos movimentos do mercado de bovinos, mais afetado pela medida e que já vinha com viés de baixa nas cotações antes do anúncio da tarifação”. Ele explica também, que um recuo dos preços do boi gordo pode ser um fator importante na limitação da alta do suíno. “Por outro lado, o custo tem ajudado a atividade e o produtor deve estar atento à janela de oportunidade para aquisição de insumos, principalmente o milho”, conclui.

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